Opa, tudo bom?
Hoje, quero falar aqui, nessa segunda Carta ao Investidor, sobre dois temas que têm uma conexão que é: O que é possível fazer investindo em novas tecnologias e sobre Como o mercado é cíclico e a big picture – que eu chamo de visão geral da economia política monetária – influencia os ciclos de mercado.
Ainda falando de 2021, uma coisa que me marcou muito foi que conheci alguns grandes investidores que me ensinaram algumas grandes lições, um deles foi o Andrew. Um cara que investe em novas tecnologias há muitos e muitos anos.
Ele começou em 1994, por aí…Na época, estava começando a internet e ele percebeu que ter um site, um domínio “.com” seria algo muito valioso. Ele percebeu que, no futuro, toda empresa precisaria de um site.
Então, o que ele começou a fazer: começou a comprar sites. Comprou um monte de sites e, obviamente, na época, tinham muitos domínios, digamos assim, interessantes e ainda não registrados.
Ao longo dos anos da carreira dele, ele vendeu múltiplos e múltiplos sites e alguns por milhões de dólares. Foi o caso, por exemplo, do prime.com que ele vendeu pra Amazon. Depois que a Amazon criou o Amazon Prime, precisou comprar o domínio dele.
Veja que interessante, ele viu uma oportunidade de uma nova tecnologia, foi lá, registrou os domínios e ganhou múltiplos milhões de dólares.
Depois disso, ele também identificou oportunidades em ações. Aconteceu no final da década de 90. A famosa “bolha da .com” em 1999. Então, ao longo da década de 90, ele investiu em várias ações e conseguiu surfar bem a bolha da .com e ganhar muito dinheiro também.
Já em 2013, ele conheceu o Bitcoin e entendeu o ativo com todas as funcionalidades, como reserva de valor e começou a investir em Bitcoin. Depois, quando o Ethereum lançou, ele entrou no pré-lançamento do Ethereum e também em várias outras moedas. Inclusive, Solana ele tinha registrado o site (risos) e vendeu para os caras que lançaram a cripto Solana.
Uma coisa que ele me disse foi: “Cara, eu sempre peguei as novas tendências relacionadas à internet. Eu errei algumas, errei várias coisas que achei que iriam bombar e não bombaram, mas não tem problema…porque eu acertei as que deram certo e obtive retornos absurdos.“
Você pode imaginar que entrar no pré-lançamento do Ethereum ou comprar Bitcoin em 2013, o quanto deu de dinheiro…Um cara mega, ultra milionário.
Então, isso pra mim, foi muito impressionante porque, às vezes, quando você vê essas histórias na internet é legal. Mas, quando você tem a oportunidade de conversar e tentar entender uma pessoa dessas, fazer a engenharia reversa de como ela pensa, é muito, muito interessante.
Essa conversa aconteceu no segundo semestre de 2021 e, a essa altura, eu já tinha enxergado a oportunidade em cripto e tudo mais.
Ah…uma coisa que eu estava esquecendo de comentar é que, esse mesmo Andrew, ele também identificou as oportunidades nos NFTs. Entrou no começo do Bored APE Yacht Club – foi um NFT que explodiu – e o Andrew entrou com USD 7 mil dólares e fez múltiplos milhões de dólares também em poucos meses.
Você vê que não é à toa, não foi sorte!
Um cara que sempre está de olho e, se você estiver de olho nas novas tendências, você também tem boas chances de acertar.
Foi a partir daí, que eu passei a ficar ainda mais atento às novas tendências. Mesmo já tendo enxergado cripto, foi o Andrew que me abriu os olhos para os NFTs.
Também pude conversar com um outro colega que desenvolve gráficos para jogos dessas grandes empresas. Hoje, ele se dedica completamente a desenvolver estrutura em gaming para metaverso. Já se preparando para o que vai vir aí com a nova realidade em termos de metaverso.
Então, eu tive a oportunidade de conversar com esse colega Alexander e também com o Thor, um dinarmaquês que transformou USD 1 mil dólares em mais de USD 10 milhões de dólares começando com Bitcoin e, depois indo para outras criptos ao longo do tempo.
Ou seja, eu vi isso em múltiplos casos e em coisas diferentes.
Uns só pegaram cripto, uns pegaram NTFs e outros não. No caso do Andrew, ele pegou desde lá no início da internet e dos sites etc..
Então, quanto antes a gente entrar em uma nova tendência tecnológica, maiores as chances, desde que a gente acerte a tecnologia de fazer quantidades de dinheiro absurdas.
Coisa que nos investimentos tradicionais que a gente normalmente é ensinado, no clássico de educação financeira, você busca fazer 10% ou 15% ao ano e investe durante 40-50 anos.
Existe outro caminho.
Hoje, muitos dos meus investimentos são focados em novas tecnologias. Mesmo que, muitas vezes, usando todo o meu conhecimento de mercado como trader, robôs e etc.. pra surfar isso, mas, realmente, eu procuro focar em novas tendências em tecnologia.
Uma coisa também muito interessante de quando eu estava conversando com esse amigo dinarmaquês que transformou USD 1 mil em mais de USD 10 milhões de dólares em cripto, foi que eu perguntei pra ele: “Como você fez isso? Você operava, você só comprava? Como foi essa jornada até hoje?“
E ele me respondeu que ele não é trader.
Então, simplesmente, ele identificou a tecnologia blockchain, e também foi identificando outras criptos e investiu baseado nisso. Ou seja, ele não é um holdler clássico, naquele sentido do holdler que é fanático por uma cripto e acredita apenas nela e tal.
Ele monta uma carteira e vai remanejando de acordo com o que ele acha que está interessante, que está promissor, que tem mais chances de dar certo. Mas ser trader não é o perfil dele, não usa análise técnica.
Outro ponto interessante foi que ele passou por drawdowns gigantescos de 80% e que duraram alguns anos. Por exemplo, em 2018-2019 houve um bear market forte em cripto, de dois anos. E ele passou por isso tudo. E, principalmente, mais recentemente, já rico. Na casa dos milhões já.
Eu perguntei pra ele: “Como você não se desesperou com essa queda? Como você suportou isso?”
E ele me respondeu que foi o fato de entender a tecnologia. Ele sabia que o mercado tinha seus ciclos. Ele não tinha expertise para operar esses ciclos, não era trader, mas ele entende de tecnologia e ele tinha muita confiança no Bitcoin, Ethereum e outras moedas em que ele se posicionou.
Ele acreditava que a maior parte delas dariam certo e tinham tudo pra voltar a subir. E foi o que aconteceu.
Então, entender e acreditar na tecnologia foi o que deu forças pra ele superar esses drawdowns gigantes e prolongados.
Outra coisa que eu realizei é que o mercado é cíclico e se move em ciclos. E que a situação macro influencia o preço apesar dos fundamentos.
Então, por exemplo: em ações. E, isso é mais forte na bolsa americana. As ações de tecnologia têm sofrido, principalmente as que têm mais dívidas pela possibilidade do aumento de juros nos Estados Unidos.
E para uma empresa que tem dívidas, se aumentam os juros, significa que essa dívida vai ficar mais cara. E isso pode quebrar uma empresa, dependendo do tamanho da dívida.
Muitas startups não dão lucro no início.
Então, esse é um exemplo de como a questão macro pode influenciar muito o preço de uma ação independentemente da empresa ter um bom produto ou ser uma boa empresa ou bem gerida.
E, no caso de cripto, a mesma coisa. Tanto no ponto da questão macroeconômica quanto na questão de ciclos de mercado mesmo, de “bolhas”.
Como em cripto o mercado ainda é relativamente pequeno, volátil, e era ainda mais lá atrás. Quando sobe, sobe demais porque todo mundo fica eufórico. Quando cai, cai demais e fica todo mundo desesperado.
Então, você vê uma movimentação absurda, tanto pra cima, como pra baixo. E isso também faz parte dos ciclos de mercado.
E eu, como tenho um perfil bem mais trader, eu opero isso. Ao invés de simplesmente comprar e esperar. Eu sou mais um trader do que um cara de tecnologia, embora eu tenha estudado muito sobre tecnologia.
Eu tenho que estar ciente de que o mercado tem seus ciclos, tem seus momentos, mais e menos favoráveis. E você tem que passar por esses ciclos. Não tem nada que você possa fazer. Não tem nada que dê dinheiro sempre.
Não é sempre que vai ter uma nova tecnologia ou uma nova tendência que a todo momento você vai poder migrar de uma pra outra e sempre vai ter alguma coisa bombando.
Não é assim. Tem horas em que não há nada muito favorável. E, se você está SEM uma grande oportunidade, você tem que esperar.
Outro grande aprendizado, foi a questão de fazer a big picture – a visão geral da questão macroeconômica e de ciclo de mercado. E, entender também que, não é porque o Bitcoin ou o Ethereum ou uma determinada ação tem um excelente fundamento, que ela não vai cair muito, não vai sofrer no curto e no médio prazo.
Ou mesmo que os fundamentos podem mudar.
Mas a questão da big picture, do mercado macro como um todo influencia.
E, assim como o amigo dinamarquês teve paciência e foco para superar os momentos difíceis, acredito que eu, como trader, mesmo que eventualmente eu fique de fora do mercado, diminua exposição ou só faça hedge ou alguma coisa pra proteger por ter esse perfil mais trader, de qualquer forma preciso ter paciência para capturar os grandes momentos quando eles acontecerem de fato.
Então, ainda nessa vibe de começo de ano, essas são mais algumas inspirações e realizações que eu cheguei a conclusão em 2021 e que foram sem dúvida, grandes aprendizados de um ano incrível.
E eu queria muito compartilhar isso com você, aqui também, na Carta ao Investidor.
Forte abraço,